quinta-feira, 16 de maio de 2013

Que todos sejam um...


Quando rezamos o Símbolo Niceno-Constantinopolitano, com as afirmações daquilo que acreditamos enquanto Católicos, dizemos que cremos na Igreja “una, santa, católica e apostólica” CAT 59. Mas o que significa afirmar que a Igreja é una? De que forma ela alcança a plena e perfeita unidade? Como essa unidade pode ser demonstrada em nossas comunidades? A unidade, natural à essência da Igreja, deve ser refletida na vida daqueles que fazem parte do corpo místico de Cristo.

A união nasce do desejo do próprio Jesus, expressa na oração sacerdotal: “que todos sejam um” (Jo 17, 21). A Igreja, portadora da verdade revelada por Jesus e em Jesus, só encontra a sua plena realização e o cumprimento de sua missão na unidade. É o alicerce, base de todo diálogo de fé e sobre a fé. Ser católico de fato é defender a unidade encontrada no seio da Igreja. Não é buscar uma uniformidade que nos faz iguais uns aos outros, mas é aceitar as diferenças que cada um traz consigo e acolhê-las. É justamente aí que reside a beleza da unidade da Igreja.


Essa unidade não pode ser pela fragmentada. Deve ser inteira, integral, almejando sempre a perfeição. Ora, ela se espelha na perfeita unidade da trindade da qual nós fomos constituídos “imagem e semelhança” (Gn 1, 26) e esse é o ponto de referência ideal que nós devemos almejar. Unidade fragmentada pode ser aparente, mas não é e não cria comunhão. Enquanto Igreja a plena unidade geradora de comunhão só é encontrada na Eucaristia. De fato, no corpo e no sangue do Senhor que partilhamos na Celebração Eucarística, a Igreja se une de modo perfeito formando o corpo místico de Cristo.


Essa unidade eucarística deve então ser refletida no dia a dia de nossas comunidades. Ao receber Jesus eucarístico nosso desejo deve ser de conformar a nossa vida com a vida dele: a busca de uma perfeita comunhão uns com os outros. E essa unidade não deve ser exclusividade somente quando estamos na Igreja, mas deve ser expressão da cristandade. Aonde quer que estejamos, é preciso exalar o perfume da unidade como resultado da vivência eucarística que trazemos em nós. Ser cristão é vivenciar a unidade.

Quem se diz cristão deve primar pela unidade seja na sua vida ou na vida de sua comunidade. Somente na unidade vamos cumprindo a vontade do próprio Deus para cada um de nós e realizamos aquilo que é a missão última de nossa vida: “sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu" (Mt 5, 48).